Gordon SatoA vida que brota nos mangues do projeto Manzanar
Graças ao método radical de usar água do mar para a irrigação, preconizado por Gordon Sato, os vilarejos pobres do litoral da Eritreia conseguiram desenvolver uma economia autossuficiente.
localizaçãoEritrea
Depois de se aposentar, o eminente biólogo americano Gordon Sato, falecido em 31 de março de 2017, dedicou sua vida a ajudar a população da Eritreia a ajudar a si mesma. Seu indefectível engajamento deu origem a um sistema de economia agrícola sustentável extremamente simples, destinado às comunidades pobres do litoral, que passaram a plantar florestas de mangue onde antes nada se desenvolvia.
Os métodos simples desenvolvidos por eles podem ser aplicados em regiões de deserto em qualquer lugar do mundo. Países como a Somália não precisam mais morrer de fome.
Motivado por relatos sobre a fome que assolava o país, Gordon Sato esteve na Eritreia pela primeira vez em 1985, quando a nação estava mergulhada na guerra contra a Etiópia, lutando por sua independência.
Em um dos lugares mais pobres e secos da Terra, o projeto Manzanar explora recursos abundantes na região costeira — a luz do sol e a água do mar — para cultivar florestas de mangue em um solo inicialmente árido, gerando uma fonte de alimentação para os rebanhos e um habitat para os peixes. O resultado dessa impressionante iniciativa sem fins lucrativos é que hoje um manguezal com mais de um milhão de árvores se espalha pelo litoral do país.
Por sua determinação em levar ajuda à população da Eritreia, em 2002 Gordon Sato recebeu o Prêmio Rolex. Na época com 74 anos, foi o mais idoso de todos os laureados. O projeto Manzanar continua crescendo e atualmente está sendo implantado na Mauritânia. Autor de mais de 150 artigos, Gordon Sato foi agraciado com o Prêmio Blue Planet em 2005.
60.000
Mudas para manguezal foram cultivadas pelo projeto Manzanar em 2001
2.000
Pessoas poderiam ser alimentadas pelo projeto Manzanar, graças ao fornecimento de pasto para a criação de rebanhos
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Porcentagem da costa da Eritreia em que os mangues florescem naturalmente